sábado, 11 de janeiro de 2014

The Graduation Trip: Cap. 7


-Acho que deixo para a próxima, estou com os meus amigos e...

Encarei o chão, como pude ser tão boba a ponte de acreditar que ele realmente iria aceitar o meu convite.

Sua voz já tinha sessado quando eu olhei novamente para ele, seu olhar estava baixo.

-Mas e se você guardar esse ingresso para amanhã e vir comigo tomar sorvete? –ele murmurou.

-Sério? – falei incrédula.

-O que foi? –ele olhou para mim – Não quer ir?

-Quem toma sorvete nesse frio? –falei rindo.

Ele deu uma risadinha nasal.

-Isso é um sim? –ele perguntou desconfiado.

-Isso será um sim se você trocar o sorvete por um chocolate quente. –falei e ele riu. – O que?

-Quer ir tomar um achocolatado comigo? –Nathan convidou.

-O.K, só vou avisar ela primeiro.

Corri em direção as meninas que estavam rindo.

-Finalmente ela chegou! –Miranda disse em exclamação.

-E já estou indo também, vou sair com um amigo. –falei sentindo minhas bochechas quentes.

-Quem é o cara? –Patrícia perguntou curiosa.

Apontei para Nathan que estava de costas, podendo só assim ver um garoto alto de calças jeans pretas e 
um casaco de mesma cor.

-Ah, se desse para ver o rosto dele seria bem melhor. –reclamou Lara.

Fiz uma careta e me despedi delas.

Corri em direção de Nathan.

-Vamos? –falei ofegante.

Ele assentiu com a cabeça e começamos a andar.

-Tem uma cafeteria aqui perto, pode ser? –ele sugeriu.

Fiz que sim com a cabeça.

Entramos em um lugar que era iluminado somente com a luz que passava pelas janelas.

Sentamos em uma mesa afastada, ao lado de uma das várias janelas que dava vista para a rua movimentada.

-Vou fazer os pedidos, um chocolate quente certo? –ele confirmou.

Assenti e ele seguiu em direção ao balcão.

Depois de um tempo Nathan voltou com duas canecas brancas, das quais aparentavam estar quentes já que 
dava para ver fumacinhas saindo de suas bocas.

-Aqui estás. –disse ele apoiando uma delas em minha frente.

Sorri em agradecimento.

-Então, qual é o seu verdadeiro nome? –ele puxou assunto e depois deu um gole em sua bebida.

-Beatriz e o seu? –respondi.

-Edward. –ele disse, olhei desconfiada para ele, fazendo-o rir.

-Prazer em te conhecer Edward. –disse sorrindo.

-O prazer é todo meu. –ele disse me encarando.

-Então, senhor Edward, onde estão os seus belos óculos escuros? Creio que seus olhos já estejam irritados 
por causa da luz. –disse.

Ele deu uma risada abafada enquanto mexia no bolso do casaco e tirava de lá os óculos escuros.

-Pronto. –ele disse colocando os óculos escuros.

-Ótimo, senti falta deles. –disse indo para frente da cadeira, pegando os óculos e os colocando em mim.

Apoiei meus cotovelos na mesa e olhei para ele.

-Eaí, como estou? –perguntei rindo.

Ele foi para frente da cadeira, apoiou as mãos na mesa e deixou um espaço mínimo entre nossos rostos.


-Está perfeita. –ele falou baixou e depois deu um leve beijo em minha bochecha.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Caps 4-15

Cap 4 

Nem de pé eu aguentava continuar. Todos os dias acordava cedo e dormia tarde. Eu vi praias, shopping, babei nos estúdios de gravação; e hoje era o ultimo dia. Iríamos ficar o dia inteiro no hotel, com computadores ligados e telefones no volume de toque mais alto que tinha. Eu tinha acordado era meio dia, e a Isa ainda dormia. Nos pés de nossas camas tinham pilhas de sacolas. O quarto em si estava uma bagunça, então eu tinha que me espremer entre as malas, para conseguir chegar no banheiro. Tomei meu banho, me troquei, e tentei ao máximo arrumar meu cabelo. Era hoje, o ultimo dia para entrarem em contato. 
Sai do banheiro, e a Isa já estava acordada, enfiada na cama com a Tv ligada.
—É hoje, minha Celeste!- ela disse.
—É, e é hoje que nós vamos arrumar essa bagunça desse quarto.- Eu disse.- Não to conseguindo nem olhar pro chão!
—Ta, ta. Talvez de tarde.
—Filha, já é de tarde.
Ela olho espantada para o relógio.
—Meu deus! O Rafa disse que a minha mala tem que estar pronta até hoje de noite!
—É, tanto a sua, quanto a minha! Eu também vou sair desse hotel, independentemente do resultado!
A proposta feita pelos nossos pais, era que, se eu conseguisse o papel, me mudaria para cá, mas a Isa tinha que ir embora, para começar a faculdade.

Depois do café da manhã, começamos a arrumar o quarto. Meu deus, eu precisava desse papel para conseguir pagar tudo o que eu comprei!
No fim deu três malas para mim, e umas quatro para a Isa. Senti meu celular tremer no bolso. Fiquei pálida.
—Excesso de bagagem.- ela se lamentou.- O Rafa vai ter que ficar com uma mala minha.
Não estava prestando atenção nisso, e sim encarando o celular na minha mão com surpresa. Não acreditei na mensagem que recebi.
—Que foi garota parece até que viu um fantasma!-falou a Isa.
—Eu fui aprovada.- murmurei.
—Você o quê???-ela berrou.
Eu li a mensagem em voz alta:
"Prezada Sarah Kenneth Oliveira.
Através desse email a nossa equipe de filmagem da série A Seleção, gostaria de te parabenizar pelo seu incrível desempenho. Você foi aceita!
Segue abaixo o anexo, de seu primeiro encontro com a equipe de filmagem.
Equipe Lylian Filmes."
Terminei a leitura chorando, quando percebi que a Isa estava me filmando.
—Bem vinda a Hollywood!- Ela gritou, ma abraçando.
Depois da maior festa que fizemos naquele quarto, o Rafa chegou.
—Que bagunça é essa?- Ele perguntou.
—Ela foi aceita pai! Ela foi aceita!- Gritou a Isa
Rafa olhou com surpresa para mim. Pediu para que eu lesse o Email, verificou quem o tinha enviado e mais mil coisas. Ele entendia de computador. 
—É, esse email, ao que me parece é real! Parabéns Sarah!- ele disse me abraçando.
Eu não estava acreditando. Eu era uma atriz. Eu finalmente ia entrar literalmente em um livro. A Seleção ia começar.

Cap 5 

Estava indo para o estúdio. O avião da Isa só partiria hoje de noite, então daria tempo de eu me despedir dela. Chegamos no portão numero 4, e eu entreguei minha identificação para o segurança. Passados alguns minutos ele liberou a minha entrada. 
No primeiro passo que eu dei, já tinha me perdido. Estava marcado que eu teria de encontrar a equipe no estúdio 9, mas eu não o achava em lugar nenhum. Comecei a me desesperar, até encontrar uma figura conhecida.
—Fernanda!-chamei.
Ela virou, e logo abriu um sorriso.
—Oi Sarah! Ainda bem que eu te encontrei, eu estou totalmente perdida aqui.- ela disse.
Notei que ela tinha um sotaque diferente.
—Bom, eu não vou ser de muita ajuda, também estou perdida.- ai eu me toquei.- Pera! Você é a America?!
Ela abriu um sorriso.
—Sim! Eu consegui! E pelo jeito você é a Celeste?
—Sim... Ainda não acredito nisso...
—Mas, podemos ser amigas ainda né? Eu me socializei com você, e sou péssima em me socializar.- disse a Fernanda.
Não aguentei e ri. Isso era muito contraditório.
—Claro, acredite eu também não sou boa com isso.
E assim seguimos nosso caminho, conversando e rindo juntas. Talvez eu tenha realmente encontrado uma amiga aqui.

Depois de andarmos uns 2 quilômetros, e perguntarmos para umas 20 pessoas o caminho, achamos o estúdio. Entramos pela porta, e seguimos direto por um corredor gigante, que acabava no estúdio. Perdi o ar.
—Isso... É...- murmurei.
—Um sonho.- completou a Fernanda, também fascinada com tudo.
Telas de tv, câmeras, cadeiras dos diretores, figurinos... Uau. Sonho era a palavra certa para descrever aquele lugar. 
No centro daquele lugar, se encontrava um amontoado de pessoas, que certamente eu não fazia idéia de quem eram. Apenas reconheci os jurados, mas certamente a Kiera não estava lá. Eu hesitei. Não sei por que mas não conseguia me misturar com aquelas pessoas.
—Medo?- perguntou a Fernanda sorrindo.
—Quase isso.- respondi com um sorriso torto.
—Ora, vamos logo!- ela me disse puxando junto de si.
Quando nos aproximamos podia ver o rosto de todas as pessoas dali se voltando para nós. 
—Ora, que pontualidade!-exclamou um dos jurados. 
Será que estávamos atrasadas? Ele estava sendo sarcástico? Verifiquei o relógio, e era exatamente a hora marcada, para o começo doa ensaios.
—Bom, agora estão todos aqui, vamos começar.- disse o mesmo jurado. Ele era um homem alto, com os cabelos negros cacheados. Ele usava óculos escuros, apesar de estarem dentro de um lugar fechado. Não aparentava ter mais de anos.- Bem vindos, meus caros atores! Eu sou Sebastian, o diretor da Seleção. Aqui ao meu lado está Jennifer, a nossa roteirista, e do meu outro lado Lucas, o diretor da gravadora. Como sabe,eu, e eles julgamos cada um de vocês nos testes. Agora iremos apresentar cada ator e seu devido personagem.
Ele, Sebastian, pegou uma lista e começou a chamar cada um e apresentar seu papel. Fizemos uma roda, e cada nome chamado ia até o centro para se apresentar. Sebastian começou com os personagens secundários, e depois foi indo para os principais. Eu não sei mais algo estava fazendo eu me sentir como uma formiga no meio daquela gente de Hollywood.
"Você é um deles agora!" Gritou a maldita voz na minha cabeça, exatamente na hora em que chamaram o meu nome.
Eu me dirigi até o centro e Sebastian me apresentou.
—Sarah Kenneth Oliveira, como Celeste.
Senti olhos me perfurarem, e fiquei lá parada, no meio daquele círculo de gente.
—Pelo visto não é Americana.-Se pronunciou a Jennifer consultando, o que parecia, minha ficha de dados.-Brasil?
—Sim.- respondi.
—Difícil de se acostumar com aqui?- Ela perguntou de um modo nem amigável, nem grosseiro, mas neutro.
—Um pouco.
—Normal, mas você vai se acostumar, do mesmo jeito que facilmente conseguiu o papel.- ela disse sorrindo, e pela primeira vez parecendo animada.
Me voltei rapidamente para o lado de Fernanda. Após alguns segundos, foi chamado mais uma pessoa. 
—Ethan Verona Miller, como Maxon.
E um menino se dirigiu ao centro do circulo. E eu perdi o ar.

Cap 6

Aquele menino... Ethan. Como ele simplesmente decidiu aparecer aqui? Se inscrever no mesmo seriado que eu? Percebi que eu estava encarando-o, e ele encarava de volta. A Fernanda percebeu a troca de olhares.
—Ele é gato, não?- ela cochichou sorrindo.
—Não! Definitivamente não!
—É claro que é menina! Ou ficou cega! Meu Deus esses cabelos cor de canela, os olhos azuis...
Simplesmente parei de escutar, e decidi me enfiar nos meus pensamentos... A primeira vez que eu o vi foi em um acampamento de teatro na Argentina. Era um projeto que eu participei que envolvia pessoas do mundo inteiro. Eu tinha ganhado uma semana para participar desse acampamento, e no primeiro dia conheci ele. Ele era dos E.U.A, uma criatura tão irritante, que eu queria enforaca-lo. Se achava melhor que tudo, e que todos. Cada exercício que tínhamos que fazer juntos era uma desgraça. Acabamos parando em uma conversa séria com a diretora do projeto, por causa de uma briga que envolveu... Facas. 
Só sai de meus devaneios, por causa que a Fernanda estava me chamando.
—Oi...
—Meu deus! Que desatenta, o pessoal está se dividindo em grupos e você ficou no meu... Você escutou alguma palavra do diretor?- ela perguntou séria.
—Er... Não.
—Tá é o seguinte, estamos no grupo A, de personagens principais. A gente vai se reunir e conversar com a Kiera, então preste a atenção, ou estará perdida!- ela disse me puxando para uma sala.
A sala em si era pequena, e contava com um numero de pessoas bem menor do que o de antes. Me sentei, ao lado da Fernanda, em um dos sofás da sala. No mesmo instante percebi o Ethan sentado no sofá ao lado, me encarando novamente. Decidi ignorá-lo.
Passaram-se alguns poucos minutos e a Kiera entrou. Estava radiante diante da equipe. Ela se sentou em uma poltrona na frente do sofá em que eu e a Fernanda estávamos sentadas. 
—Pelo visto a Celeste e America daqui, são amigas!- ela disse sorrindo na nossa direção.
Eu estava com a aparência calma por fora, e prestes a explodir por dentro. O mesmo se aplicava com a Fernanda.
—E pelo visto, o Maxon também conhece a Celeste.- disse a. Kiera ainda sorrindo.
Opa pera. Como ela sabia? Ai prestei a atenção. O idiota ainda estava me encarando, e a Kiera percebeu isto. Que feliz pra mim.
—Ãhn.. De certa forma, sim.- ele respondeu.
A Fernanda olhou para mim de forma acusadora. Legal, o que ela queria que eu fizesse? Contasse de um cara que desapareceu da minha vida a milênios?
Aos poucos a conversa se tornou, algo próximo de agradável, mas eu realmente só queria que a hora do almoço chegasse logo. Pelo jeito teria que contar uma longa história para a Fernanda.

Cap 7

—Então é isso.- disse terminando de contar a história de mim e do Ethan para a Fernanda,
Estávamos no refeitório, e a Fernanda já tinha terminado de almoçar.
—Ah...- foi tudo o que ela disse.
—Então não me olhe mais daquela maneira acusadora quando falarem dele! 
—Calminha... É que eu achei que ele fosse seu namorado e você...
Gargalhei tão alto que as pessoas ao redor me encaravam.
—Namorado? Tá louca?
—Ah, sei lá... O jeito que ele te olhou...-ela disse segurando a risada.
—Cala essa boca Fernanda!
—Vish, tá estressada.
—Lógico!- disse. Era óbvio, ela tinha acabado de falar que o garoto que eu mais odeio, olhava para mim com cara de apaixonado!
—Então- continuou ela- não olhe para a porta.
Foi exatamente o que eu fiz. E me arrependi. 
—Ora, ora, ora... Quem diria que nos veríamos novamente Sarah.-Começou Ethan provocando.
—Toma vergonha nessa cara!-eu disse me direcionado para a porta.
—Não mudou nada desde a ultima vez...-ele murmurou.
Eu parei, e olhei furiosa para ele.
—O que você disse?- falei me aproximando o bastante para poder dar um tapa na cara dele, e reunindo toda a fúria possível na voz; enquanto ele me encarava com divertimento.
—Calma Sarah...- começou a Fernanda.
—Eu disse...- mas ele não terminou, pois alguma pessoa tinha esbarrado em mim, me desequilibrando.
Tropecei e cai em cima do Ethan. Ficamos cara a cara um com o outro, tão próximos que eu podia sentir seus batimentos cardíacos. Fique vermelha da cabeça aos pés.
Me levantei, e rapidamente sai do refeitório, sentindo olhares se recaírem sobre mim. Logo depois escutei passos se aproximando de mim.
—Sarah, para de correr!- gritou uma voz, que logo reconheci ser de Fernanda.
Olhei para trás, e vi a dona da voz correndo atras de mim. Parei, e me sentei em uma poltrona no corredor. Por que tinha uma poltrona no corredor?
—Desculpe, é que se eu ficasse num raio menor que de um quilômetro do refeitório, eu iria acabar sendo demitida por causa de uma briga envolvendo facas.-disse.
Ela começou a rir.
—Meu Deus, mesmo você odiando ele, confesse que ele é gato vai...
—Se você quiser entrar em uma briga comigo, repete o que você disse.
—Desculpe-me, Celeste. 
—Cala essa boca America.
Começamos a rir feito loucas naquele corredor. Continuamos conversando por um bom tempo, até ela fazer uma pergunta.
—Então, onde você vai morar agora?- perguntou.
—Eu não pensei nisso ainda.- respondi seriamente. 
Ela começou a sorrir.
—Então... Meu tio tem um apartamento aqui perto que ele não conseguiu vender depois que se mudou para o Canadá, então, ele cedeu pra mim caso eu pegasse o papel, e esse apartamento tem dois quartos... E acho que não tem problema nenhum você ficar com um...- Ela disse sorrindo.
—Eu não posso aceitar Fern...
—Que tal pularmos todo aquele papinho de "ah não posso fazer isso! É pedir muito, etc e tal" E ir para a parte que você aceita?
—Tah, mas eu só ficarei até achar um lugar para morar.
A Fernanda começou a sorrir e dar pulinhos de alegria; mas parou quando olhou para o relógio.
—Atrasadas?- perguntei.
—Sim.- respondeu a Fê.- Vamos correr, eu não estou afim de perder o meu papel!
E assim disparamos pelo corredor.

Cap 8

—Uau, que dia hein?- falou a Isadora. 
Estávamos indo em direção ao aeroporto internacional, e eu estava contando a minha história para ela. Eu não queria ter que me despedir da Isa. Seria tão difícil me acostumar com tudo sozinha.
—Pois é.-respondi, sem surpresa pelo seu comentário.
Ficamos um tempo em silêncio encarando a paisagem.
—Vou sentir falta daqui, você tem sorte de poder morar aqui agora.- Começou a Isa.- Afinal onde você vai morar?
—Bom... Sabe a Fernanda, aquela menina que estava falando com você, enquanto eu fazia os testes? Então, irei morar com ela.
—Nossa, já fazendo amigas! Mas não se esqueça de mim!- ela disse desesperada.
—Não tem como eu esquecer você! Nem em um milhão de anos!- disse rindo.
—É bom mesmo!- ela respondeu rindo.
Chegamos no aeroporto, e enquanto o Rafael fazia o chek-in, nos despedíamos.
—Vai ser tão difícil ficar sem você.- eu comecei, com lágrimas que teimavam em cair, no meu rosto.
—Avá! Simplesmente estará cercada de celebridades, com comida boa, muito dinheiro...
—Mas não é a mesma coisa sem você!- eu teimei. 
Ela começou a sorrir.
—Bom mesmo! E promete que não me esquecerá?
—Lógico! E nem pense em me esquecer só porque eu estou aqui, a milhões de quilômetros!
Começamos a rir, e percebi que ela também estava chorando.
—Ah, e se você for se casar com o Gustavo manda o convite pra mim hein- teimei.
Ela me encarou.
—Eu só tenho 18 anos ainda!- ela falou horrorizada.
—É, mas vocês já estão namorando a.... Vamos ver, 5 anos?- disse rindo.
—Mas eu só irei me casar aos 28.- ela disse
Começamos a rir, quando o Rafael chegou.
—Vamos, filha?-ele perguntou se dirigindo a Isa.
—Tah... Só mais um minuto vai!- ela pediu.
—Ok, só mais um. Enquanto isso vou comprar uma agua.-Ele disse indo até a loja do aeroporto.
Quando ele se afastou a Isa pulou em cima de mim. No meio do abraço ela colocou algo na minha mão.
Eu me afastei o suficiente para ver o que era. Era uma caixinha.
—O que é isso?
—É um presente oras! Pelo papel que você conseguiu!
Abri a caixinha e vi que era um colar com um pingente em formato de S. As lágrimas se formaram de novo nos meus olhos.
—Isadora, hora de ir!- disse o Rafael se aproximando. 
—Tudo bem.... Tchau Sah!- ela disse me abraçando de novo.
E assim ela se foi, entrando por aquela sala de embarque. E assim eu fiquei sozinha. 

Cap 9

Estava junto com a Fernanda na sala do apartamento. Ele já estava mobiliado, a ponto de que só tive que me preocupar na hora da mudança com as minhas roupas. Com o colar dado pela Isa no pescoço, e meu pijama que eu tinha comprado outro dia, sentei do lado da Fernanda, cuja o cabelo ruivo estava preso em uma trança que caia sobre seus ombros Tinha descoberto que ela era francesa, e que parte da família de seu pai eram americanos. 
Fazia já um mês e meio desde o começo das filmagens. Nesses dias, o que mais fizemos foi ensaiar, e integrar o grupo de filmagem. Tinha me acostumado aos E.U.A, mesmo com a culinária muito diferente. De algum modo tive que começar a conversar com o Ethan por causa da Fernanda, mas nossas conversas se resumiam em: "oi","tchau", e uns olhares estranhos.
—Qual canal?- perguntou a Fernanda.
—Tem algum passando filme?- perguntei.
—Tem "Sempre ao seu lado" se você está afim de chorar.- ela disse.
—Não, obrigado.
Me levantei, e fui até a cozinha. Verifiquei a geladeira, só para descobrir que não tinha nada.
—Nanda?
—Eu.
Ela se virou e percebeu o que tinha de errado.
—Esquecemos do mercado! Que droga, já acabou as compras do mês?
—Ja passou um mês e meio.-disse. 
Verifiquei o relógio. Estávamos numa sexta feira e eram 7:30 da tarde. Acostumamos a dormir cedo por causa do cansaço das filmagens.
—Que tal sairmos um pouco?- perguntei.
Ela me olhou desconfiada.
—Você, querendo sair?-perguntou ela sorrindo.
Ignorei o comentário e fui me trocar. Escolhi uma roupa simples, que se baseava em uma blusa preta, e uma calça jeans. A Fernanda também se trocou, e assim saímos do apartamento.
Passamos pela portaria e fomos pra rua.
—Aproveita a liberdade de sair sem os paparazzi te seguindo .-comentei.
Ela começou a rir.
—Na verdade já noticiaram o elenco.-ela disse.
—Mas não é a mesm... Pera pra onde estamos indo.-perguntei reconhecendo o caminho.
—Eu sei que não é a mesma coisa, mas o elenc...
—Não muda de assunto!-disse, mas mesmo assim notei que tínhamos chegado.
Era um bar que todos do estúdio costumavam se reunir na sexta, já que as filmagens do sábado começavam mais tarde que o normal. Assim que eu fui obrigada a entrar logo atrás da Fernanda, esbarrando em várias pessoas que estavam em pé, e vi por cima de seu ombro, uma mão sinalizando para ela se aproximar. 
Tinha três palpites: primeiro, poderia se a Emma, a menina que filmava a melhor amiga da America, Marlee. Segundo, poderia ser o cara que filmava o Aspen, Angelo. Terceiro, e pior, o Ethan.
Acertei os três palpites.

Cap 10

Quando cheguei na mesa, "sem querer" a Fernanda se sentou na frente da Emma, me deixando apenas um lugar vazio. Na frente do Ethan. Me sentei, e comecei a encarar o cardápio.
—Então, finalmente decidirão sair um pouco?- perguntou a Emma.
—Sim, e o mais surpreendente é que essa idéia foi da Sarah.- falou a Fernanda.
Continuei a encarar o cardápio.
Depois de muito papo furado, pedimos a comida. Eu pedi algo aleatório do cardápio, e fiquei encarando a mesa por um bom tempo, até que a Fernanda decidiu ter uma brilhante idéia.
—Angelo, eu e a Emma queremos ir no banheiro mas não sabemos onde fica. Pode nos levar até lá?- ela perguntou.
Ele hesitou de inicio, mas depois entendeu.
—Claro.- ele disse, já de pé.
Sério? Essa era a melhor desculpa que ela tinha pra me abandonar com o Ethan? Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, elas já saíram em disparada pro banheiro.
Ficamos um bom tempo em silêncio até que ele decidiu falar.
—Ok, não vai dar para nos ignorarmos pro resto da vida.- ele disse me olhando com aqueles olhos irritantemente azuis.
—Ideia melhor?-perguntei seca.
—Meu Deus, você é mesmo cabeça dura hein?
—Como se você não fosse...- murmurei.
—Ta se você quer continuar assim, beleza.- ele disse, voltando a se concentrar na comida.
Ficamos mais um bom tempo em silêncio, até que o telefone dele tocou, e ele atendeu.
—"Alô? Oi Sofi. Sim. Não. Obrigado por guardar os meus livros. Tah, volto provavelmente à uma. Beijos."
Jurei ficar em silêncio, mas no final não aguentei.
—Você gosta de ler?
—Por que a pergunta?-Ele perguntou desconfiado.
—Ah... É que você... Falou na ligação sobre livros.... E eu pensei....
—Sabia que é feio escutar conversa dos outros?-ele disse sorrindo.- Mas sim, eu adoro ler. Foi assim que eu descobri a Seleção.Vi minha prima lendo esse livro e resolvi ler.
—Legal.-comentei.
Ficamos mais um pouco em silêncio.
—E você? Gosta de ler?
—Sim... Foi uma grande amiga minha que me ajudou a começar a ler, emprestando livros, discutindo histórias... Sabe, coisas assim...-eu disse. 
Por quê eu estava falando aquilo?
—Gosta de que séries?- ele perguntou.
—Instrumentos Mortais, Harry Potter, Percy Jackson...
Ele começou a rir. O que eu tinha dito? Agora ele ia ficar tirando sarro de mim?
—Que foi?- perguntei com raiva.
—Nada... É que acho que temos mais coisas em comum que eu pensava.
—Sé..Sério?- Perguntei. Sinceramente eu esperava alguma zoeira em relação a mim, mas com certeza não esperava isso.
—Sim. Eu também gosto dessas séries, em especial Harry Potter. 
Não tinha como eu não sorrir.
E assim passamos a conversar sobre várias histórias, e a conversa ia se estendendo cada vez mais. 
Quando paramos de conversar, percebi que já era meia noite.
—Meu deus! Cade os outros?
Ele olhou espantado para o relógio.
—Vou ligar para...- ele começou, mas parou ao ouvir o toque do meu celular.
Eu o peguei, e vi que tinha uma mensagem.
"Pelo jeito vocês finalmente se entenderam. Só se lembre de que se rolar alguma coisa entre vocês, use o preservativo, não estou a fim de ter que cuidar de uma criança durante as filmagens. 
Beijos
Ps: E se você sequer se preocupou, estou em casa com a Emma. O Angelo foi embora"
Lógico que a mensagem era da Fernanda.
—Elas estão no apartamento, e o Angelo foi embora.
—Ah...- foi só o que ele disse.
Pagamos a conta e saímos. Na rua carros ainda circulavam, mas o numero de pessoas nas calçadas tinha diminuído e o vento soprava forte.
—Então... Nos vemos amanha.- eu me despedi.
—Tudo bem, mas você pode me passar seu telefone? Não estou afim de ficar sempre tendo que ligar para a Fernanda para conseguir te achar.-Ele disse.
—Ok.- disse anotando o meu numero no celular dele.
Devolvi o celular, me despedi, e fui para casa. Fiquei repassando a conversa que tivemos até chegar na porta do apartamento. Entrei na sala, só para descobrir que a Fernanda e a Emma estavam dormindo no sofá com a TV ligada. Decidi tomar um banho, e ir me deitar. 


Cap 11 (acho)
"Estava só eu e um garoto, que o rosto não conseguia desvendar. Estava entre seus braços, querendo se aproximar mais de seu rosto, por um motivo que eu desconhecia. Até que..."
Acordo com os berros da Fernanda, e a luz do sol batendo na minha cara. Sinto algo socando minha cara, e vejo que é a Emma me batendo com um travesseiro.
—Ai!- berrei, mais por raiva que dor.
—Acorda rainha da beleza! Estamos atrasadas!- ela gritou, largando o travesseiro.
Olhei pro relógio e verifiquei que estava muito atrasada. De novo.
Arrumei o cabelo num rabo de cavalo bagunçado, me troquei, peguei uma maça e sai correndo pra sala.
—Finalmente!- gritou a Fernanda.
Ela já estava toda arrumada, e nem olhar pra minha cara direito olhou. Só se levantou e abriu a porta. Saímos em disparada para a garagem, e entramos no carro. Me sentei no banco de trás, enquanto as duas se sentavam na frente.
—Por favor, por favor, por favor, sem trânsito hoje!- escutei a Fernanda murmurando no volante.
Percorremos um longo caminho com a rua livre. Até que em uma parte o transito parou completamente.
—Droga!- berrou a Fernanda, seguido de xingamentos.
Ficamos uns 15 minutos em silêncio até que o meu celular toca.
Ligação:
—Alô?
—Sarah? É o Ethan...
—Ah... Oi Ethan!
—Aconteceu algo? Onde vocês estão! Teremos uma reunião importante e vocês não podem faltar, se não o Sebastian come vocês vivas.-ele disse essa ultima frase sussurrando.
—Tah, tah! Acha que eu não sei? Só tive um problema de não conseguir acoradar no horário!- falei nervosa.
—Não fica nervosa comigo! Só estou tentando livrar vocês de uma advertência do Sab...
—EU SEI!- falei berrando dessa vez.
—Pelo jeito, todo o nervosismo de antes voltou!- ele disse nervoso.
—Olha.- falei respirando fundo.- Ja estamos chegando.
E ele desligou. Ótimo.
—Quem era?- Perguntou a Fernanda quando o trânsito finalmente liberou.
—Ethan.-Respondi, me arrependendo quando vi o sorriso malicioso dela.-Ligou pra avisar que vai ter uma reunião, tá? Nada de mais!- falei nervosa.
—Eu não tinha perguntado nada.- ela disse ainda sorrindo.
E assim seguimos até o estúdio.

—Nem acredito que conseguiram fazer isso de novo! Em cima do horário!-disse o Ethan aos sussurros.
Estava  toda a produção reunida. A ultima vez que tínhamos feito isso foi quando começamos a gravar. 
—É eu sei! Não precisa dar mais sermão! Você desligou o telefone na minha cara!- respondi ao mesmo tom.
—Eu não desliguei...-ele começou, mas O Sebastian tinha começado a falar.
—Querida produção, estamos reunidos aqui hoje para dar uma notícia que irá mudar a rotina de vocês!- ele andou um pouco e pegou uma sacola com vários envelopes.- Bem, sem mais delongas, a nossa noticia! Nós iremos filmar em um castelo de verdade.... Na França, com hospedagem, passagem, tudo pago...
Escutei um coro de "Ó meu Deus!", e eu participei do coro. 
Olhei pra Fernanda e ela estava sorrindo. Na verdade todos estavam sorrindo, menos eu. E. Ethan notou.
—Que foi?-ele perguntou.- não gosta da Europa? Muito frio?
—Não é isso.-respondi sorrindo.- é que... Aqui eu tinha um mínimo de conhecimento do lugar.... Agora lá eu n tenho conhecimento nenhum... Ter que depender da Fê pra tudo, quando ela pode usar o tempo para visitar a família lá, é pedir muito.
—Não tem problema.- ele respondeu sorrindo.
—Por que?
—Por que, você não vai precisar dela.Eu posso te mostrar o lugar.

Cap 12

Estava em casa fazendo as malas, junto com a Fernanda. Tinha se passado suas semanas desde a reunião, e estávamos finalmente indo para a França. O Ethan tinha prometido que ia me mostrar os lugares que ele conhecia. Ele tinha nascido na Inglaterra, mas viajava bastante para a França.
—Dá para acreditar? Vamos a um castelo!- comentou a Fernanda pela vigésima vez.
—Depois que você repetiu o dia inteiro, sim, da para acreditar.-respondi fechando a mala.- Verifica, pelo amor de Deus, onde esta o seu passaporte!
—Ta na minha mala estressada! Ja verifiquei umas cem vezes!- Ela respondeu, se sentando em cima da mala.- pode puxar o zíper, pra isso fechar de uma vez?
Puxei, e a mala dela aparentava que ia estourar a qualquer instante.
—Beleza, temos duas horas para ir até o aeroporto, mas acho que chegar mais cedo não tem problema.- disse.
—Ótimo, então eu já vou me preparar pra sair.- ela disse, indo em direção ao banheiro.
Depois de fecharmos o apartamento, descemos e socamos as malas no porta malas. 
—Vou sentir saudade daqui.- comentei.- Ja estava tão acostumada.
—Acho que você também gostará da França.- ela disse, ligando o carro.
"Espero", pensei.

Chegando no aeroporto, já fizemos o check-in, para depois ficar passeando pelas lojas do aeroporto. Não resisti e acabei comprando um perfume.
Depois de ficar uma hora passeando pelo aeroporto, fomos até nossa o portão da nossa sala de embarque. Avistei alguns da equipe só que acompanhados de... Fotógrafos.
—Senhoritas! Olhem para a câmera!- disseram diversos fotógrafos.
A única coisa que eu via eram flashes. Eles estavam fechando o circulo, me deixando cada vez menos espaço. Tentei passar, puxando a Fernanda pela multidão, mas nada funcionava. Estávamos cercadas. 
Até que surge cinco homens com muitos centímetros maiores que eu, todos vestidos de preto, e abrindo caminhos para entrarmos. Fui tropeçando até a sala de embarque, e fantasmas de flashes ainda incomodavam meus olhos. Depois dessa loucura, me sentei e respirei fundo.
—O que... Foi.... Isso?- falou a Fernanda ofegante. 
—A nossa vida daqui para frente.... Cara fotógrafo é irritante.- comentei.
—Você nem imagina.- respondeu aquela voz com o sotaque forte.
Me virei com um pulo. 
—De onde você surgiu?- perguntou a Fernanda, igualmente assustada.
—Eu estava do outro lado do salão, e vim pra cá. Acho que não é tão difícil.- ele comentou, com as sobrancelhas arqueadas.
—Hahaha, muito engraçado.-Ela comentou-Bom vou no banheiro.
E assim ela se levantou, e se dirigiu ao fim da sala. Agora olhando melhor, esse era um ambiente agradável, com um carpete no chão, e sofás  em vez daquelas cadeiras de metal usuais.
—Eles pagaram tudo, para irmos de primeira classe.- comentou o Ethan, reparando na minha admiração pela sala.
—Uau... Eu não tenho dinheiro para pagar nem uma....
–Não, não e não.- ele disse me interrompendo.- Você não tinha dinheiro, mas agora você tem.
—Nossa. Não parei para pensar nisso ainda....-disse sinceramente.
—Eu gosto disso.- ele disse encarando os aviões através do vidro.
—De que?- perguntei olhando para ele.
—Você não pensa no dinheiro. Seu foco esta no seu amor. O seu amor pelo trabalho... Algo que muitos perderam.
—Sabe... O dinheiro pode cegar muitos, mas os poucos que não se iludem podem viver uma vida alegre.
Estávamos um encarando o reflexo do outro no vidro. Vi um sorriso formando em sua boca.
—Você é uma pessoa muito diferente do que eu pensava, Sarah.
—Digo o mesmo de você Ethan.

Cap 13

O avião tinha chegado, e verifiquei minha passagem.
—Como o combinado, eu, você e a Emma.- falei me dirigindo a Fernanda.
Ela me olhou com uma expressão curiosa. Aquela que me dava medo.
—Que foi...- perguntei.
—Naaada não. Só parece que você não esta tão feliz assim com os lugares...- ela disse toda dramática. 
—Como assim? É lógico que eu quero sentar com vocês!-disse nervosa.
Ela começou a rir.
—A quer... Quer sim....quer é sentar com o Eth...
—Quieta! Para de perder seu tempo fantasiando!-disse nervosa, e sentindo meu rosto corar.
—Ui ui, Celeste.- ela disse cuspindo a ultima palavra.- Eu vou é conferir as passagens, e enquanto isso aproveite o tempo para falar... Com ele.- e assim ela se retirou.
Em vez de aproveitar esse tempo para falar com ele, decidi ligar para a pessoa que eu mais sentia falta.
Ligação:
—Oi?- perguntou aquela voz que eu escutava desde minha adolescência.
—Isa? É a Sarah!
Ouvi um barulho abafado, que julguei sendo ela tampando o celular com a mão. Logo depois uma batida de porta.
—Ta louca! Uma ligação dessa custa quanto pra você?
—Relaxa, eu pago o que precisar para falar pra você!
—Menina, existe Facebook!- ela disse. Reparei que ela estava com a voz diferente... Triste?
—Mas não da para ouvir sua voz, enfim....- falei me irritando.- Lembra da viajem que eu te disse? Estou no aeroporto agora.
—Estou muito feliz por você!-ela berrou. Pude notar um sorriso do outro lado da linha.- Mas cara, vê se me traz presentes da França! E fotos! E autógrafos de todo mundo dai! E telefone dos gatos....
—Chega né? Você tem namorado!- disse rindo.- Okay, já vou ter que desligar.... Mas antes, onde você esta?
—Ah... To na casa do Gus, mas.... Nós brigamos, nada de mais...
—Nada de mais!- gritei. Quando percebi o que eu fiz, diminui a voz.- Na ultima briga de vocês, alguém foi parar no hospital!
—Ai, não devia ter dito...- ela murmurou.
—Devia sim! Você sabe que pode contar tudo! O que aconteceu entre?...
"Embarque do vôo 432, portão sete, destino a França. Ultima chamada."
Que droga viu! Por que o vôo tem que ser agora?
—Olha.... Isadora, pelo amor de Deus, se cuida!- supliquei.
—Tah, tah, vai curtir sua viajem por mim!- ela disse meio triste.- Mande fotos e me manda um email quando puder?
—Claro! Tchau, beijos Isa! Pelo amor....
—Eu vou me cuidar! Beijos!- e desligou.
Sem tempo para me preocupar, fui correndo para o portão, que estava quase se fechando. Se não fosse pela Fernanda, que estava suplicando para a aeromoça esperar.
—Moça por favor... Ali é ela!- a figura ruiva de touca disse, apontando para mim.
—Oi! Desculpa pelo atraso!- eu disse me corando e apresentando o passaporte e passagem.
A mulher olhou feio para mim, mas depois verificou os documentos. Quando me liberou, corri para dentro do avião. 
Passando entre as poltronas, de relance vi o Ethan, que me olhou preocupado. Desviei o olhar e me sentei.
—O que aconteceu?- perguntou a Emma.
—A Isa...- comecei sem fôlego, mas a Fernanda cortou.
—Conversamos depois Emma. Deixa ela um pouco em paz.- e assim ela se sentou, colocando os fones de ouvido, e a Emma fez o mesmo.
Fiquei encarando a janela do avião. Minha preocupação estava a mil, mas sempre que eu pensava na Isa no hospital, como aconteceu na ultima briga, me lembrava da preocupação do Gustavo quando olhava para ela. Eu lembrava de como ele a olhava com amor, e se culpava pelo o que aconteceu, por mais que tivesse sido acidente. Eu lembrava dele chorando e murmurando, que se pudesse trocar de lugar com ela, faria. Eu me lembrava dele falando que a ia proteger de qualquer coisa que pudesse acontecer a ela, e que se chamava de monstro toda vez que se lembrava do ocorrido. Eu me lembrava... Dele a chamando de meu amor... E de como eu sentia inveja disso, por mais que me castigasse por isso. E me lembro de ficar me perguntando se um dia, alguém poderá se apaixonar por mim. 
Depois de um tempo, cai no sono.
 
Cap 14

Acordo com uma pessoa me chacoalhando. 
—Bom dia princesa, dormiu bem?- disse o Ethan.
—Ja chegamos?-disse com a voz embriagada de sono.
—Sim, e você perdeu o almoço... Estava divino.- ele disse, pegando a minha bagagem de mão e me entregando.
Me levantei, e parei para pensar... Onde estavam as meninas?
—Ãhn... Ethan onde se enfiaram a Fernanda e a Emma?
—Ja foram na frente. A Fernanda disse algo sobe que, se eu te acordasse, você talvez melhorasse de humor.- ele disse, ainda andando para o corredor.
Graças a Deus ele estava na minha frente, assim não viu, minhas bochechas que provavelmente estavam vermelhas. Mas o ruim foi que eu não vi a expressão dele quando disse isso.
—Afinal, o que aconteceu para você entrar daquele jeito no avião?- ele perguntou, se virando para me olhar, quando fomos para a sala desembarque.
—Er... É que a minha amiga esta com problemas com o namorado... E eu estou preocupada...-fiquei encarando o chão, sem terminar.
—Não precisa continuar... Eu sei como é se preocupar com um amigo...-ele disse com o olhar distante.
—Sabe?- eu disse o encarando.
—Sim...- ele disse suspirando.- Eu tive um amigo, que o conhecia desde a infância. Cresci perto dele, éramos quase irmãos... Até que ele arranjou uma namorada, só que eles brigavam muito... E até que um dia ela o traiu. Ele ficou desamparado, e eu queria o ajudar... Só que já era tarde. Ele começou a se embebedar toda noite, como se não existisse mais possibilidade de viver nesse mundo, e.... Morreu em um acidente de carro a dois anos.
Fiquei pasma. Nunca achei que um "sinto muito" servisse em um caso como esse. O que eu decidi em seguida, foi a coisa mais estranha que eu podia fazer. O abracei.
Ele hesitou de inicio, mas logo depois retribuiu o abraço, apoiando a sua cabeça em cima da minha. Pude sentir seu peito subindo e descendo; sentir os músculos do braço peito e barriga, o cheiro cítrico de seu perfume, e a sua voz com aquele sotaque que eu amo, quando ele disse:
—Não posso garantir que tudo ficará bem, pois o nosso destino ninguém escreve. Mas fique tranquila, pense nela, mas não pare de viver por isso.
Me desencostei dele, só um tanto para ver seu rosto. Ele estava sorrindo, mas por trás, podia ver a tristeza estampada em seu rosto.
—Sabe que não precisava contar aquilo né? Do seu amigo....
—É, eu não precisava, mas quis.- ele disse me olhando nos olhos, cuja os dele, estavam envolvidos em mares de um azul profundo que revelavam toda a dor da perda.
—Ai que bonitooo Sarah, mas nós temos que pegar um carro sabia?- disse uma voz melodiosa.
Me soltei do Ethan e me virei. 
—Ja vou indo, só deixa eu...- disse mais fui cortada.
—Não, pode ir, eu vou me juntar com o Angelo.- ele disse seco.
Ele estava ruborizado, e algo naquele tom, me golpeou profundamente. Ele se retirou e foi em direção a saída.
—Tsc, tsc, tsc; pega em flagrante.- a Fernanda zombou.
—Olha, por que você tinha que fazer isso?- disse cuspindo todas as palavras.
O sorriso dela se transformou em uma cara apavorada.
—Você esta mesmo... Gostando dele?- ela perguntou em um tom sério, que ela usava raramente.
—Não!- gritei. Respirei fundo e diminui o tom da voz.- Só queria terminar a conversa.... Olha! Vamos perder o carro.-disse correndo para a saída.
Peguei o celular e coloquei os fones, para não ter que falar com ninguém.
Na ida para o hotel, fiquei repassando a conversa na cabeça. Naquela noite no salão de janta, meus olhos inquietos ficaram procurando por alguém que me recusava a admitir. Mas nem sinal dele.
Fui para o meu quarto, e no caminho fiquei pensando... Por que ele tinha saído daquele jeito. Até que escuto passos no corredor, quando me viro, vejo que é o Ethan falando ao celular sério. Sem pensar, me escondi atras da estatua que tinha de enfeite no corredor.
"—Claro que não! Você acha mesmo que isso podia acontecer? Olha, ela é minha amiga, e eu confio nela. Tah, tchau Sô... Também te amo, se cuida."
Meu coração disparou. Era por isso que ele tinha saído daquele jeito... Senti algo estranho dentro de mim. Ciúme? Quando me dei conta, ele estava quase próximo de onde eu me escondia. Sai dali, pelas sombras e fui para o meu quarto. Lá, deitada na minha cama, encarando o teto branco, que era a tela para eu pintar a minha tristeza, fiquei sufocada por pensamentos. Será mesmo que o meu ódio seria capaz de se transformar em... Amor? Mas não importava. Ele tinha outra.

Cap 15

—Que cara é essa?
Estava no restaurante do hotel com a Fernanda. Ainda hoje todos iriam ao castelo, para começar a reconhecer o ambiente de filmagem e provar os figurinos. A Fernanda estava radiante de tanta animação... Ja eu estava com problemas na cabeça.
—Fernanda não é nada.- disse respondendo a mesma pergunta pela milésima vez. 
—Não, imagina.- ela disse remexendo noa comida do prato.- Você só esta com cara de que voltou do cemitério.
Ela ficou me encarando sem resposta.
—Olha eu sou sua amiga! E eu estou preocupada!- ela disse desesperada.
Encarei ela a primeira vez no dia. Estava com uma blusa violeta de mangas cumpridas, mas sem o casaco, porque dentro do hotel era aquecido. Vestia também uma boina, da mesma cor da blusa. Seus cabelos caiam em seus ombros, e seus olhos estavam inquietos, a procura de respostas. 
Decidi contar tudo para ela. 
—Olha Fê... Primeiro promete que não vai me zoar.- disse séria.
—Tudo bem, eu prometo.- ela disse, também .
—Venha comigo. Tenho que te contar isso a sós.
E assim fui guiando-a pelos corredores até o meu quarto,mas não sem antes de conferir se o Ethan se encontrava em algum lugar. Nada.
Fechei a porta e virei para encara-la.
—Okay, já estamos a sós, agora desembucha!- suplicou a Fernanda.
—Tah... Olha não sei como aconteceu mas eu acho.... Eu acho que você estava certa.- disse.
—Certa sobre...- ela perguntou desconfiada.
—Aquilo de ontem!- disse impaciente.
Ela ainda não tinha entendido.
—Ethan!- gritei.
Foi ai que mil expressões se passaram no rosto dela. Desconfiança, pavor, surpresa e por ultimo... Alegria?
—Ahhhhhh!!!! Eu sabia, sabia, sabia! Você gosta do...
—É, é, é, mas não é para anunciar no New York Times! Não é para contar para ninguém!
Ela juntou o indicador e o polegar, e os passou na frente da boca, como uma chave.
—Minha boca é um túmulo! Agora o que você esta esperando? Vai atras dele!- ela disse animada.
Mas seu sorriso desapareceu ao ver minha cara. 
—Que foi?- ela perguntou.
—Ele... Ele tem namorada.- eu disse por fim.
—Como você...?
—Eu escutei em uma conversa dele, no celular. É uma tal de Sophia....já ouvi ele falando duas vezes com ela.- disse amargurada.
—Você tem certeza que...
—Tenho!- disse afinal.
Ficamos um tempo em silêncio. Para mim foram milênios.
—Ah...- foi tudo o que ela disse.
—Olha...- eu disse sem paciência.- Nos vamos ter que sair daqui a pouco, então é melhor você ir pegar seu casaco.
—Tudo bem...- ela disse se retirando.
Eu já ia me virar de costas quando ela disse.
—Obrigada... Pela verdade.
—Ah... Somos amigas né?- eu disse por fim.
Ela sorriu. Assim ela saiu, indo em direção ao seu quarto e me lembrando da... Isadora! 
Fui correndo para o computador. Como eu fui tola em me afogar em problemas e esquecer dela? No facebook nenhuma mensagem. No email também. Twitter? Nada!
Comecei a me desesperar. Fui ver o horário no Brasil. Quatro da manhã.
Que droga! Ela tinha que ter deixado uma mensagem! Eu já estava sem falar com ela a horas, e ela era de se preocupar ao extremo. Eu precisava falar com ela...
—Toc, toc, toc.- disse uma voz atras da porta.
Eu a abri e tive uma surpresa.
—Ethan? O que faz aqui? Não te vi desde o... Aeroporto.
 Os olhos ele se escureceram por um instante, mas logo voltaram ao azul brilhante, de sempre.
—Ah... Estava resolvendo uns problemas... Nada de mais, mas passei aqui para te deixar um recado de Sebastian.
—Sebastian?- disse me surpreendendo ainda mais.
—Ele mandou te entregar isto.- ele disse, me dando uma carta.
—Ah... Okay.- eu disse a final.
—Eu vou indo... Só não se atrase hein?- ele provocou.
—Tah, tah... Obrigada pela carta.- eu disse.
Entrei no quarto e a abri. Não era escrita a mão, era digitada.
"Cara Sarah
Hoje ás 15:00 você terá a prova de seus figurinos. A prova será realizada na sala principal. Você será informada de mais detalhes quando chegar ao local.
Atenciosamente 
Sebastian"
Soltei a carta, e peguei meu casaco. Teria de esquecer da Isadora durante o dia ou enlouqueceria. Mas mesmo assim, antes de sair deixei uma mensagem no Email:
"Isa
Não pude mandar uma mensagem quando cheguei, me desculpe. Mas por favor, me diga o que acontece com você e o Gustavo! Estou morrendo de preocupações aqui! 
Me responda logo!
Sarah."

 
Writer 2

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

The Graduation Trip: Cap. 6

Nesses últimos dias conhecemos alguns lugares de Londres e algumas cidades próximas, e hoje, por fim, iriamos para a London Eye, que era o último ponto turístico que Jennifer havia planejado.

Algumas vezes no dia eu me lembrava daquele garoto, mas logo me obrigava em pensar em outra coisa que fosse completamente distinta dele, mas infelizmente nem sempre eu conseguia afastar meus pensamentos dele.

-Já comprou seu ingresso? –Jennifer se sentou ao meu lado no bando de madeira.

Tirei da minha bolsa o papel cortado em forma retangular e o mostrei para ela, que logo deu um sorriso.

-Ótimo. –ela disse se levantando. – As meninas estão terminando de comprar o delas.

Jennifer começou a andar em direção as meninas que ainda estavam na bilheteria.

Parei de olhar para as meninas e peguei um livro em minha bolsa, mas naquele exato momento se sentaram algumas pessoas ao meu lado, fazendo com que a minha leitura fosse impossível de se dar continuidade.

-Queria ter ficado mais em Paris. –uma voz masculina, com um sotaque diferente, soo em reclamação.

-Só queria ter ficado mais para se embebedar e ficar com uma francesa. –um segundo garoto brincou, sua fala era um pouco enrolada e mais baixa do que a do primeiro garoto.

Alguns risos maliciosos, que tinha surgido, se tornaram gargalhadas gostosas de serem ouvidas.

-Não era só por isso! – o primeiro garoto protestou.

-É sim Niall. –era aquela mesma voz rouca. – Ei, aonde você vai?

-Comprar sorvete, quer um?

-É melhor eu ir com ele. – o segundo garoto falou com voz baixa.

Finalmente silencio, um silencio do qual iria aproveitar lendo.

Respirei fundo e comecei a ler, toda aquela história do livro era envolvente, era tudo tão...

-O que está lendo? –uma voz rouca soou em meio ao silencio.

Aquilo era sério? Ele nunca tinha ouvido falar que nunca se interrompe um leitor?

Alguns xingamentos se passaram em minha cabeça naquela hora.

-Um livro. –respondi por fim com os olhos cravados nas páginas manchadas com tinta preta.

Ele passava as mãos nas calças e balançava as pernas sem um ritmo.

-Está nervoso? –perguntei fechando o livro.

-Pareço estar? –ele retrucou.

E pela primeira vez levantei meu olhar para ele, no mesmo instante seus olhos ficaram cravados em meu rosto e um silêncio constrangedor tomou conta daquele espaço.

-Um pouco Nathan. – disse baixo quebrando todo aquele clima tenso.

Ele esboçou um sorriso em seus lábios finos.

-Desculpa. –ele disse com tristeza e um olhar baixo.

-Não tem problema. –falei me levantando.

Comecei a andar em direção as meninas.

-Luana! –sorri ao ouvir a sua voz me chamando, olhei para trás e você se levantava e vinha em minha direção. –Me espere. –ele disse finalmente andando ao meu lado. –Para onde está indo?

-Para a fila, minhas amigas e eu vamos andar na London Eye hoje. –disse com um sorriso brotando nos lábios.

-Tem uma vista incrível. – ele comentou tranquilamente. – E onde estão suas amigas?

Apontei para um grupo de meninas no final da fila, devia ter umas dez pessoas na frente delas.

-São elas. – falei. – Você gosta da London Eye?

-Sim, como já havia dito tem uma vista realmente linda. –ele disse com um sorriso no rosto.

Uma pergunta boba me veio na cabeça e por fim resolvi faze-la.


-Quer vir junto?

Por: Writer 1 

domingo, 22 de dezembro de 2013

The Graduation Trip: Cap. 5

Ok Bia, calma, pensei respirando fundo, as pessoas se atrasam.

Olhei para meu celular, 21:50, já estava na cafeteria a mais de uma hora.

Me levanto e vou até o balcão.

-Um café, por favor. –pedi para a moça que tinha seus cabelos loiros presos a um rabo de cavalo.

-Irá ficar acordada a noite inteira desse jeito. –ela alertou vendo que já era o terceiro ou quarto café que tomava.

Dei um sorriso de lado tímido e voltei para a mesa onde estava sentada.

Ele é somente um cara que você conheceu em um café, ele não tinha obrigação nenhuma de vir aqui hoje.

Mas sou tola em ter acreditado com todas as minhas forças que ele realmente viria hoje e que depois combinaríamos algo em algum outro dia para nos conhecermos melhor.

Tola.

Ele é só mais um cara, sem obrigações.

Talvez você só seja mais uma na lista “Magoadas” dele, ou na lista “Não quis ir”.

Talvez isso tenha sido para seu próprio bem, pense por este lado.  Tentei me consolar.

Ou ele achou que você é só mais uma garota desolada a procura de um príncipe encantado, fazendo com 
que ele nem quisesse provar o sabor de meus lábios.

Lágrimas percorreram meu rosto, as limpei rapidamente.

Mas, pensei comigo mesma, ele é só mais um cara.

                                                                              ***

-Pensei que voltaria mais tarde. –a voz de Miranda invadiu o quarto. – Ainda são só dez horas.

Ela pulou em minha cama e se deitou ao meu lado.

-Foi legal?- perguntou ela.

-Houve problemas técnicos, vamos dizer assim. –respondi lembrando daquela uma hora e meia que esperei 
por ele sentada naquela cadeira encarando minhas xícaras de café.

-O que houve?-olhei para ela por um instante e depois comecei a encarar o teto. –Já sei, ele era feio. Então me diz, com que animal ele se parecia? –soltei uma risada abafada –Um castor, um porco ou um...

-Não. Quer dizer, -suspirei – eu não sei.

-Como assim “eu não sei”? –encarei ela, já podia sentir meus olhos se encherem de lágrimas. –Oh, ele não foi.

Passei as costas das mãos nos olhos, não podia me dar ao luxo de chorar, afinal, nem era um encontro de verdade.

-Sinto muito. –Miranda disse me abraçando.

-Não tem problema. Não era um encontro de verdade.-eu disse ouvindo minha própria voz saindo tremida. 
– Ele só era um garoto que eu conheci em um café ontem.

De um modo me ouvir falar aquelas palavras em voz alta me trazia um certo conforto.

-Ele era só mais um garoto. –falei mais para mim mesma do que para Miranda.

Mas falar aquilo, também significava que estava tentando convencer a mim mesma a encarar a dura e triste realidade.

-Talvez não tivesse que ser. –falou Miranda, sentia o tom de pena em sua voz.

-É, talvez. –falei tentando me conformar.


Talvez, pensei novamente.

Por: Writer 1

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

The Graduation Trip: Cap. 4


P.O.V Harry On
-Aquela menina era tão... –comentava com Niall, Louis, Zayn e Liam enquanto eles jogavam X-Box.

-Aham. Continua. –Niall me interrompeu. – Aproveita e me passa o salgadinho?

-Há. Morreu Louis! –gritou Liam com animação.

O celular de Zayn toca.

-Alô? –Zayn atendeu desinteressado. –Tá. Tchau.

-Quem era? –Louis perguntou com curiosidade.

-Simon. –ele respondeu com os olhos grudados no jogo.

-O que ele queria? –questionei.

-Morreu! –Niall gritou.

Zayn jogou o controle de lado e colocou os rosto entre as mãos.

-Ele disse que estava vindo aqui, algo com ir para Paris amanhã de manhã assinar algum contrato e passar 
uma noite lá e voltar. –disse ele despreocupado.

 P.O.V Harry Off

P.O.V Bia On

-Eles era tão bonitos Bia. –Miranda falava animada – O Dave era ruivo com olhos verdes, já Marco tinha cabelos loiros e olhos pretos.

Ri de sua animação.

-Até a Jennifer achou eles bonitos! –disse ela impressionada.

Estávamos deitadas na cama de meu quarto conversando sobre a noite e sobre o que esperávamos 
daquelas próximas três semanas.

-Eu pretendo viver um romance, OK, um mini-românce. –um silêncio tomou conta de nós durante um tempo – Algo mágico. –acrescentou ela. – E você? O que estava fazendo no shopping hoje?

-Eu fui em uma cafeteria.

-Conheceu alguém interessante lá?

Senti minhas bochechas esquentarem, hesitei por um momento em responder aquela pergunta.

-Talvez. –disse com um sorriso no rosto.

Miranda pegou um travesseiro e me bateu no rosto com ele.

Rimos com o ocorrido.

-Você conheceu! –acusou ela.

-Sim, eu conheci. –afirmei entre risos.

-Como ele era? –ela perguntou ansiosa.

-Alto, olhos verdes. –respondi. –Um cara legal.

-Quero detalhes! –ele pediu.

-Não tenho detalhes, isso é tudo. Ele era aberto, mas misterioso. Uma cautela realmente impressionante. –falei.

Miranda me encarou, como se estivesse pedindo por mais.

-E vamos no encontrar amanhã de novo. –completei com um grande sorriso.

                                                                     ***

-Acorda Bia! –senti alguém me chacoalhando e chamando meu nome.

Passei as mãos nos olhos e olhei em direção a pessoa que me chamava.

-Que foi? Que horas são Miranda? –falei sonolenta.

-Vamos, se arrume. Daqui a pouco estamos saindo para conhecer a cidade. –disse ela indo até a porta. –
Ah, são 6:30. – e depois saiu porta a fora.

-Me levantei, tomei um banho e coloquei uma roupa que considerava quente.

-Vamos? –disse abrindo a porta do quarto de Miranda.

Ela fez um gesto com a cabeça e fomos encontrar as meninas para tomar café da manhã.

Para nosso primeiro dia até que visitamos bastante coisa, museu de cera Madame Tussaud, Big Bang e , lógico, o ônibus de dois andares não poderia ter faltado.

-Que horas vocês vão se encontrar? –perguntou Miranda com curiosidade enquanto abria a porta do nosso quarto.

-20:30 na mesma cafeteria de ontem. –respondi com um sorriso bobo nos lábios.

Quando entramos fui direto para o meu quarto.

Me deitei na cama e fiquei encarando o teto branco sobre meu corpo.

Como vai ser hoje?

Essa era a pergunta que fiquei me fazendo a tarde inteira, fiquei imaginando diversas respostas para ela, e quanto mais as imaginava maior era o meu frio na barriga e mais o sorriso bobo em minha boca aumentava.

-19:30! –alertou Miranda entrando no quarto com um sorriso estampado no rosto.

-Tá, tá tá. Já estou indo me arrumar. –falei saindo do meu devaneio e me levantando da cama.
Miranda saiu do quarto.

                                                                     ***

Blusa branca, calça jeans preta e um casaco preto. Sempre básica como sempre Bia, pensei.

-Vamos? –Lara se pronunciou –Estou com fome.

-Onde vamos jantar? –perguntou Miranda.

-Nando’s. –respondeu Patrícia com alegria.

-Por acaso não ficaria no shopping, ficaria? –questionei.

Todas me olharam com caras curiosas, menos Miranda.

-Ela tem um encontro! –ela contou para as outras.

Senti minhas bochechas esquentarem.


-Não é um encontro, só vamos conversar. –falei, mas nenhuma delas me deu ouvido, já estavam fazendo suposições de como o cara era ou se eu teria futuro com ele. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

The Graduation Trip: Cap. 3


Quando chegamos no shopping cada um foi para um lado diferente, Patrícia foi comprar roupas, Lara objetos de desenho, Miranda camisetas básicas para poder pinta-las, Jennifer um tênis novo e eu fui tomar um café.

Peguei meu café e olhei ao redor para ver se havia alguma mesa vaga. Todas ocupadas por casais ou amigos, só havia uma que apenas tinha um garoto sentado nela, ele estava de capuz e óculos escuros.

Fui tentar a sorte para ver se poderia me sentar na mesma mesa que ele.

-Olá, desculpa te incomodar, -ele olhou para mim, estava sério – mas é que todas as mesas estão ocupadas, então queria saber se eu posso...

-Ah, claro, por-favor se sente. Já estava de saída mesmo. –ele disse parecendo nervoso e aliviado ao mesmo tempo, e começava a se levantar.

-Não, fique, por favor. Vejo que ainda estava tomando seu café. –disse me sentando.

Ele deu um meio sorriso e se sentou novamente.

Um silêncio se predominou entre nós. Fiquei olhando ao redor, o lugar era pouco iluminado e tinha uma temperatura agradável, o deixando confortável e aconchegante.

-Você não é daqui, ou é? –uma voz rouca me tirou do meu devaneio.

-Não. –respondi olhando para ele. –Você é?

-Não nasci aqui em Londres, mas sou da Inglaterra. –disse ele se ajeitando na cadeira. –Você é de onde?

-Brasil. Estou aqui com minhas amigas. –fiz uma pausa. –Viagem de formatura. –dei um sorriso envergonhado.

O silêncio nos envolveu novamente.

-Desculpa, mas qual é o seu nome? –perguntei com curiosidade, e por um momento ele hesitou em responder. –Não tem problemas se não quiser responder.

-Nathan. –ele disse depois de um tempo – Meu nome é Nathan.

Olhei para ele, parecia estar nervoso, enxugou as palmas das mãos nas calças e depois começou a balançar os pés em baixo da mesa.

-Está mentindo. –afirmei.

-Qual o seu nome? –perguntou ele.

Pensei em um nome qualquer, iria entrar no joguinho dele.

-Luana. –falei com um sorriso nos lábios.

Dei um gole em meu café.

-Está mentindo. –ele disse em tom de certeza.

-Estou fazendo a mesma coisa que você. –retruquei.

-Meu caso é diferente. –ele disse baixo.

Mais um gole de café.

-Nós nunca mais vamos nos encontrar de novo, -disse – então não vejo problemas em mentir nossos nomes, fingir que somos outras pessoas somente agora.

Ele me olhou curioso.

-Vamos dar uma volta? –sugeriu ele.

Hesitei por alguns momentos.

-Está bem. –respondi por fim.

Dei um último gole no café e fomos.

Ficamos andando sem rumo, em silêncio, somente caminhado por aí.

-Tem irmã Nathan? –perguntei quebrando o silêncio.

-Devo mentir novamente? –ele me questionou, dei um riso abafado.

-Você é quem sabe.

-Acho que omitir o meu nome já basta. –ele disse dando um sorriso. –Tenho uma irmã, e você?

-Filha única.

-O orgulho dos pais? –perguntou ele.

-Acho que não, tenho primos muito mais inteligentes que eu. –respondi de cabeça baixa.

Andamos mais um pouco.

-Ei Nathan. –chamei, ele parou e me olhou, ele era bem mais alto que eu. – Por que está usando óculos escuros aqui dentro?

-Olhos sensíveis à luz. –respondeu ele e depois deu um sorriso encabulado.

-Me conte mais sobre olhos sensíveis Nathan. –disse tirando os óculos de seu rosto e colocando-os em mim.

-Há, há, que engraçada. Me devolve! –disse ele.

Comecei a andar, o deixando para trás.

-Por que? Seus olhos vão começar a queimar por causa da luz? –zombei dele. –Sabe, acho que os óculos até que ficaram bem em mim.

Parei por causa de um homem que passou em minha frente correndo.

Senti algo colidindo atrás de meu corpo. Olhei para ver o que era. Era ele, dei um passo atrapalhado para trás e quando estava preste a cair ele segurou minhas duas mãos e me puxou para junto de si, colidi contra seu peito.

-Você está bem? –ele me perguntou, apenas fiz que “sim” com a cabeça. –Ótimo. – ele suspirou de alivio e me deu uma espécie de abraço, só que um pouco mais atrapalhado, dei um riso abafado, ele percebeu e deu um sorriso.

-Acho que está na hora de eu ir. –falei em meio aos seus braços.

-Ah, claro. –disse ele me soltando, parecendo que até aquele momento não havia percebido que estava “abraçado” a mim, mas mesmo depois que ele me soltou ele deixou um espaço mínimo entre nós.

Tirei os óculos e fiquei segurando-os.

Olhei para ele e pela primeira vez pude perceber que ele tinha olhos verdes e um rosto angelical, sua boca ela fina, mas tudo isso se complementava, e o deixava muito bonito na verdade.

-Quem sabe – começou ele olhando para meus olhos – nós poderíamos nos encontra novamente?

-Acho que o combinado não foi esse. –falei, vi seu sorriso se desmanchar. – Mas quem liga para ele, não é mesmo?

Outro sorriso, um mais bonito e maior, brotou em seus lábios.

-Ótimo, que tal amanhã a gente se encontrar aqui para ver um filme? –ele sugeriu.

-Que horas? –perguntei.

-Oito e meia, pode ser? –ele disse.

-Claro, nos encontramos na cafeteria? –ele deu um aceno com a cabeça indicando que sim – OK, mas agora eu realmente preciso ir, ainda tenho que encontrar minhas amigas.

-Tchau. –ele se despediu me dando um beijo em minha bochecha, pude jurar que havia ficado vermelha.

-Até. –falei colocando os óculos nele novamente. –Mas amanhã sem mentiras.

Ele deu um sorriso e eu fui tentar encontrar as garotas, deixando ele lá.


Por: Writer 1

A Little Accident- Cap.3

               
Fazia três dias desde que voltei para casa.
Fui normalmente para a escola na quinta e na sexta feira. Todos os alunos da minha sala me deram apoio, e diziam que caso eu precisasse conversar sobre o fato do Guilherme estar no hospital, eles estariam lá a todo o momento. Não que eu seja arrogante nem nada, mas acho que prefiro falar sobre isso com meus amigos.
Na quinta feira, como de costume, nós cinco, eu, Joanna, Isabella, Victor e Rodrigo, passamos o intervalo da escola na biblioteca. Ficamos conversando com a bibliotecária, Alexandra. Já de tarde, eu e Joanna fomos ao hospital visitar Guilherme, mas estava como o dia anterior.
Sexta-feira foi um dia mais normal, fui com Victor ao hospital, ficamos sentados nas cadeiras ao lado da cama, em silêncio, até certo momento.
- Você acha que ele vai acordar?- disse ele sem tirar os olhos do garoto - Não sei, espero que sim, né? E você?
- Acho que até o fim do mês ele acorda.
Ficamos lá por uma hora, depois fomos dar uma volta no shopping que era próximo. Lojas e lojas, roupas, vendedores e crianças frustradas por não ganharem o brinquedo tão desejado. Encontramos uma loja que me interessou. Uma livraria.
Não sei se disse, mas um dos meus sonhos, é escrever um livro, ou até mesmo ter uma livraria, mas meus dons literários não ajudam, não tenho talento algum em escrita.
Bem, ficamos na tal loja por uma hora, sai de lá com três livros, Belo Desastre, Simplesmente Ana e A Culpa É Das Estrelas. Já Victor saiu de mãos abanando, ele não era muito chegado em leitura, diferente de Guilherme, que sempre me acompanhava quando ia procurar algum livro.
Depois fomos comer alguma coisa na praça de alimentação, que como sempre, estava extremamente cheia.
- Meu Deus! Qual o problema dessas pessoas que se sentam sozinhas em uma mesa para cinco pessoas?!- gritou Victor, fazendo o olhar das pessoas se voltarem para nós.
-Sem se estressar, amiga- disse zombando dele.
-Eu sei que pareço, mas realmente não sou sua “amiga”, nada contra, mas não sou gay- disse encontrando uma mesa para nos sentarmos- E não quero que, principalmente você me ache assim- concluiu procurando em qual lugar compraria seu jantar.
-Como assim “principalmente eu”?- perguntei
- Nada, deixa. Vou comprar um lanche, quer alguma coisa?- disse saindo do assunto.
- Ah, pode ser, compra aquele de sempre- falei dando o dinheiro para ele.
Cheguei em casa às oito da noite, não havia ninguém em casa, já que todas as sextas feiras meus pais saem com os amigos para ir ao bar discutir sobre a vida alheia, e meu irmão dormiria na casa de Júlia. Fui tomar um banho para depois começar a ler meus livros até o momento em que meus braços não aguentassem mais segura-los acima do meu rosto.
Acordei no dia seguinte suando. Sonhei que Guilherme havia acordado, mas quando ia me visitar, no caminho foi assaltado e levou um tiro. Logo depois do tiro estávamos em seu velório. Decidi então que hoje eu precisava visitar o hospital imediatamente.
Meus planos foram impedidos pela Joanna, que quando fui para a cozinha comer alguma coisa antes de sair, estava sentada na mesa esperando que eu acordasse. Estava conversando com minha mãe quando entrei.
-Jô? O que você tá fazendo aqui?
- Oi Fê, então, eu achei que você precisava sair um pouco do ambiente do hospital, então, passarei o dia contigo, olha que legal.- disse ela sorrindo na última parte.
-Ah, tá bom, é que hoje eu queria muito ir no...
-Não.- disse ela me interrompendo- Você vai ficar fazendo coisas bestas de menina comigo. Vamos para seu quarto- falou me empurrando escada acima.
No quarto ficamos fazendo meninices, como pintar as unhas, se maquiar, ouvir músicas do One Direction, escolhidas pela directioner, Joanna e conversamos.
-Você não precisava gastar seu sábado comigo. Ontem eu já sai com o Victor pra distrair.
- Sair para ir ao hospital não é muito legal. - disse ela sem saber que havia ido ao shopping.
-Não, a gente foi no shopping depois de ir lá.
-Nossa, nem me chamou, mas espero que você não aproveite do coma do Gui para ficar com o Victor- disse pintando a última unha com o esmalte vermelho.
-Qual seu problema garota?- perguntei empurrando ela de leve - Ele é só meu amigo, nada de mais, além do que ele era muito amigo do Gui.
- Acho que só você não viu, né?
-Vi o que?- perguntei intrigada
-Todo mundo acha que o Victor te considera mais do que uma simples amiga- respondeu ela.
- Mas isso é uma mentira- disse aumentando o volume da música.
-Acredite no que quiser

Writer 3